domingo, 7 de outubro de 2007

MARICULTURA DA CALHETA GARANTE QUALIDADE NO PEIXE

O Centro de Maricultura da Calheta, construído em 2000, orçou então os 2 milhões de euros, tendo sido financiado pela União Europeia em 70 por cento, através do FEDER. Em termos anuais, os custos médios de funcionamento da infra-estrutura ronda 1,2 milhões de euros, sendo que na sua maioria os projectos desenvolvidos são suportados por fundos comunitários. A garantia de qualidade nas culturas de peixe e a investigação representam principais desafios.
O director do Centro de Maricultura da Madeira, Carlos Andrade garante que “nunca teve a pretensão de transformar o centro numa maternidade para as culturas privadas, desenvolvendo sim, trabalho de investigação de novas espécies para produção além das existentes, formação e apoio técnico e na emissão de pareceres”.Um dos principais desafios do centro de maricultura passa pela investigação de novas espécies, cuja aposta recai agora no pargo, espécie que tem elevada procura no mercado regional e nacional. Para Carlos Andrade é chegado o momento das empresas privadas apostarem em novos produtos para diversificar a produção e escoamento da dourada, espécie produzida em larga escala e a custos mais reduzidos. Atento a esta situação, o Centro de Maricultura da Calheta tem vindo a desenvolver um projecto pioneiro em Portugal, apoiado pela União Europeia, para melhorar a reprodução do pargo. “Os resultados são animadores e podemos informar que estamos já em condições de revelar que a produção industrial da espécie será uma realidade no próximo ano”, anunciou Carlos Andrade. “Este ano o teste resulta numa produção de 20 toneladas, mas em 2008 podemos atingir já as 50 toneladas”. Em alguns casos, os trabalhos de investigação das espécies neste campo apenas produzem resultados em períodos mais alargados, mas no caso particular do pargo, pelo facto de a produção ser reduzida, permite continuar a evoluir no estudo. O trabalho do centro, tem vindo a incidir sobretudo na selecção dos peixes reprodutores, cuja capacidade de engorda é mais rápida. Além disso, o Centro de Maricultura da Calheta está empenhado em contribuir para o repovoamento das espécies no mar, pelo que parte da produção, será lançada ao mar. “Estamos a evoluir nesse sentido e a estudar algumas zonas de repovoamento, que durante algum tempo serão vedadas à pesca, para que os juvenis possam crescer e reproduzir-se”, asseverou Carlos Andrade. “Só em períodos controlados serão autorizadas as capturas no mar”. Sobre as vantagens da aquacultura, o responsável do centro de investigação sedeado na Calheta, não tem dúvidas: “Trata-se de um peixe que dá mais garantias de segurança alimentar ao consumidor por ser mais fresco, visto ser capturado e em pouco tempo estar à disposição das pessoas”.Carlos Andrade considera mesmo que nos próximos anos, dadas as características da Madeira, espécies como garoupa, sargo e bodião poderão ter mais produção.

PEIXE É MATÉRIA-PRIMA RENDÍVEL

Na óptica do responsável pelo Centro de Maricultura da Calheta, Carlos Andrade, a Região Autónoma da Madeira tem condições para apostar claramente na cultura de peixe, como uma mais-valia na diversificação da sua economia. “Não há dúvidas de que o peixe será uma das únicas matérias-primas que a Madeira terá para oferecer, visto reunir condições excepcionais para o seu desenvolvimento”, realçou o director do centro. A experiência desenvolvida com a dourada desde meados dos anos 90, permitiu desenvolver projectos como o pargo, que a curto prazo será produzido em aquacultura. O centro de maricultura, realçou Carlos Andrade, está apto a contribuir para a prossecução dos objectivos das empresas privadas, quer ao nível técnico, quer na investigação necessária para a difusão de mais investidores no sector. Pese embora o facto de não haver ainda muita regulamentação, Carlos Andrade garante que o próprio centro pode ajudar na elaboração de elementos técnicos para a composição de propostas legislativas que visam facilitar, de certa forma, o acesso de futuros investidores às culturas de peixe na Região. “A Madeira tem muito boas infra-estruturas e condições naturais para fazer trabalhos de investigação e para desenvolver projectos piloto neste sector”, realçou Carlos Andrade.
Miguel Fernandes, in Jornal da Madeira

3 comentários:

Anónimo disse...

eu acho que devemos repeitar os animais e guardar a nossa planeta ao maximo. jose marco lourenco numero 7 8b

Anónimo disse...

Confio - e desejo - sinceramente que o trabalho que vem sendo desenvolvido no Centro de Maricultura da Calheta venha a revelar-se determinante no repovoamento e reequilíbrio costeiro de determinadas espécies, nomeadamente o pargo. A Madeira também vive do turismo de lazer, designadamente a pesca desportiva. Infelizmente os nossos ecossistemas costeiros estão a ficar cada vez mais depauperados de algumas espécies. Só assim se pode explicar o sucedido a um "pescador" como eu que, por duas vezes este Verão, levantou-se às 05h00 da matina para a pescaria há muto combinada e tenha regressado a casa de mãos a abanar!! Resultado: acabei no Modelo (passe a publicidade) na secção de peixaria...

Anónimo disse...

Eu considero que o trabalho que o CEntro de Maricultura da CAlheta faz é importante apesar de considerar que, onde vivo (Paúl do Mar) não haver falta de peixe.