quarta-feira, 30 de julho de 2008

ALENTEJO DISTANCIA-SE DOS CULTIVOS TRANSGÉNICOS

Foram divulgados este mês pelo Ministério da Agricultura os dados oficiais para 2008 do cultivo de milho transgénico em Portugal.(1) Embora a área total tenha aumentado 11% (486 hectares) em relação a 2007, esta subida está muito longe dos 240% (3009 hectares) verificados de 2006 para 2007 e representa uma desaceleração significativa no interesse que os agricultores vêm na única variedade geneticamente modificada que está autorizada para cultivo.
As regiões do Alentejo e de Lisboa/Vale do Tejo apresentam as reduções mais significativas. Desde 2005, ano em que começou o cultivo em Portugal, estas eram as duas regiões com maior adesão ao milho transgénico e em 2007 representavam 86% de toda a área cultivada com OGM em Portugal. Este ano, no entanto, deu-se uma redução de 11% no total de hectares cultivados em cada uma delas. No Alentejo, em particular, este abaixamento torna-se ainda mais significativo se se considerar que a área total dedicada ao milho aumentou 10 a 15% no mesmo período, de acordo com estimativas provisórias do Ministério da Agricultura.A experiência que os produtores alentejanos estão a ter com o milho transgénico fica claramente aquém das expectativas. De todas as explorações agrícolas do Alentejo que em 2007 cultivaram OGM, 48% (23 explorações em 48) já abandonaram tal opção em 2008. Este recuo significativo está em contraste com o quadro optimista que o Ministério da Agricultura tem apresentado e mostra que, apesar da forte promoção, os agricultores preferem tecnologias e práticas mais eficazes, que apresentem menores riscos para o ambiente, para a saúde humana e para a sua própria economia.O fraco crescimento verificado este ano a nível nacional concentra-se quase em exclusivo na região Centro, com novos agricultores no vale do Mondego a começar agora a experimentar o que os produtores alentejanos, que começaram anos antes, já estão na fase de descartar.Segundo a Profª Margarida Silva, coordenadora da Plataforma Transgénicos Fora, "O quadro português, embora com grande falta de dados concretos que o Ministério da Agricultura insiste – contra a lei – em não divulgar, aponta para uma tendência de experimentação e posterior abandono dos cultivos transgénicos por uma faixa significativa dos produtores portugueses." Ainda de acordo com esta bióloga, "Esta leitura condiz com um estudo da Comissão Europeia recentemente divulgado(2) em que, de três regiões espanholas estudadas, o cultivo de milho transgénico não propiciava quaisquer vantagens económicas aos produtores de duas delas."



sexta-feira, 25 de julho de 2008

O ÓLEO QUE DEITA FORA PODE SER MAIS PERIGOSO DO QUE IMAGINA

Talvez não saiba, mas o óleo alimentar que já não serve para si pode ainda ajudar muita gente. Em vez de o deitar fora, entregue-o nos restaurantes aderentes para que este seja recolhido. Além de diminuir a poluição do planeta, cada litro de óleo será transformado num donativo para ajudar a AMI na luta contra a exclusão social. Dê, vai ver que não dói nada.
Para participar neste projecto da AMI:
- Junte o óleo alimentar que usa na sua cozinha numa garrafa de plástico e entregue-a quando estiver cheia num dos restaurantes aderentes. Os restaurantes estão identificados e a lista completa está disponível
aqui;
- Distribua folhetos pelos seus colegas. Solicite estes materiais, enviando um e-mail para
reciclagem@ami.org.pt;
- Divulgue esta informação no seu site ou blogue, incluindo o
anúncio de rádio;
As receitas angariadas pela AMI com a valorização dos óleos alimentares usados serão aplicadas no financiamento das Equipas de Rua que fazem acompanhamento social e psicológico aos sem-abrigo, visando a melhoria da sua qualidade de vida.

quinta-feira, 24 de julho de 2008

BADOCA SAFARI PARK, VIDA SELVAGEM NO ALENTEJO

Com a promessa de dar um novo sentido à descoberta do Alentejo, o Badoca Safari Park propõe uma autêntica viagem pela selva. Nos 90 hectares da Herdade da Badoca, em Vila Nova de Santo André, passeiam-se lémures, tigres, póneis e cangurus, cavalos, girafas e cabras anãs, aves exóticas, entre outras espécies selvagens, em regime de semi-liberdade. «Os animais podem ser vistos ou não, depende da sua vontade. Não andamos a persegui-los», explica ao AmbienteOnline Francisco Simões de Almeida, director do parque animal, referindo-se ao safari, a principal actividade que os visitantes têm à disposição. Durante uma hora, o tractor transporta as pessoas nos reboques pelos montes da herdade, onde é possível ver de perto os animais e saber as suas características biológicas, o habitat, a alimentação, reprodução e estado de conservação, através das explicações dadas pelos guias. A conservação das espécies é, aliás, um dos principais objectivos que estão na base do primeiro safari park português, criado em 1999. «Pretendemos criar condições de bem-estar aos animais, para que eles se reproduzam. Queremos ter consciência de que estamos a contribuir para a sobrevivência das espécies que temos em cativeiro», assegura o responsável.

segunda-feira, 21 de julho de 2008

O NOSSO ECO-CÓDIGO!

Contrariamente ao procedimento adoptado no ano lectivo anterior, este ano o processo de elaboração do Eco-Código da nossa escola envolveu exclusivamente os alunos do Clube Eco. Assim, nas sessões daquele projecto de actividades de enriquecimento curricular os alunos debruçaram-se sobre os temas a privilegiar, entendendo-se apostar num reforço da mensagem transmitida no Eco-Código do ano passado, conforme sesegue:
  • Reduzir, reciclar e reutilizar, é a regra dos 3 Rs que todos devem praticar;
  • Porque eu não quero poluir, os lixos vou separar e no ecoponto depositar;
  • Papel, cartolina e cartão, se já não os posso aproveitar… vão directos p’ró papelão;
  • Só tomo banho de chuveiro e a torneira fecho ao escovar os dentes, porque para a água não faltar temos de ser inteligentes;
  • Se está Sol as janelas vou abrir para a luz deixar entrar e electricidade poupar;
  • Ao vir de bicicleta para a escola não poluo o Ambiente e deixo o planeta contente;
  • Se o carro do teu pai já está velho se calhar é hora de mudar, pede-lhe para comprar um híbrido e o Ambiente poupar;
  • Porque as plantas e animais nos ajudam a viver, a flora e fauna temos o dever de proteger!
  • Reclamamos do dióxido de carbono, queixamo-nos do pouco oxigénio, a solução é preservar a floresta (não é preciso ser génio!)

De sublinhar o enfoque consagrado aos diversos temas base do programa (água, resíduos, energia, transportes e biodiversidade, mas sempre numa óptica de articulação com o tema do ano, alterações climáticas, na perspectiva da necessidade de preservação do planeta tendo em vista a sua transmissão às gerações futuras.

sábado, 19 de julho de 2008

PESCA NAS SELVAGENS PROIBIDA POR PRECAUÇÃO

A pesca em redor das Selvagens foi ontem proibida, no final de uma reunião, que decorreu no Comando Naval da Madeira, e que movimentou, para além daquele organismo, representantes da Direcção Regional das Pescas, da Direcção Regional da Saúde Pública e do Parque Natural da Madeira. Em causa uma micro-alga que liberta uma biotoxina, a “ciguatera”, capaz de provocar distúrbios gastro-intestinais e neurológicos às pessoas que ingerem os peixes que se alimentam daquela.Teixeira Ornelas, director regional das Pescas, disse ao JM que a medida, que vai vigorar por tempo indeterminado, estende-se apenas até à linha batimétrica (profundidade) dos 200 metros em redor das ilhas Selvagens. No restante mar madeirense, porque não há registos da micro-alga, que habita as costas de recifes e atóis, como é o caso das Selvagens, não haverá quaisquer limites de pesca. Por outro lado, também o peixe colocado à venda não oferece qualquer risco para a saúde humana, conforme destaca o governante.A medida foi tomada na sequência de relatos de indisposição de alguns pescadores, após terem consumido peixe pescado na orla costeira das Selvagens. Investigações conduzidas por especialistas madeirenses permitiram detectar a existência de uma micro-alga, que afecta apenas os peixes de costa que a consomem.A monitorização já está em curso e serão feitos testes regulares, para ver da evolução da micro-alga que, como acontece noutras localidades, acaba por desaparecer ao longo de algum tempo. Ou seja, «é uma situação pontual, que não deverá demorar muito».Teixeira Ornelas realça ainda que não há razão para alarmes, até porque a situação está a ser acompanhada atentamente pelos técnicos madeirenses. «São medidas apenas de precaução» – realça.O governante lembra ainda que o surgimento das micro-algas não tem origem na acção humana ou sequer em qualquer problema ambiental. «É uma espécie que aparece de vez em quando nos recifes e que desta vez surgiu nas Selvagens» — reitera.Na próxima semana, serão feitas recolhas para o laboratório de referência nacional para identificação de biotoxinas marinhas.A intoxicação por “ciguatera” é uma forma de intoxicação humana causada pelo consumo de peixes marinhos com barbatanas, de regiões subtropicais e tropicais, que tenham acumulado a toxina naturalmente devido à dieta. As toxinas são conhecidas como originadas de diversas espécies de algas (dinoflagelados), que são comuns em regiões endémicas, nas baixas latitudes.

Miguel Angelo in Jornaldamadeira

CORAIS TAMBÉM SOFREM DE STRESS E CORREM RISCO DE EXTINÇÃO

Devido a factores como a mudança climática e a poluição, os corais também sofrem de stress e já correm o risco de extinção.De acordo com o primeiro grande estudo mundial sobre o estado de conservação dos corais, da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN) e de Conservação Internacional, o objectivo é incluir essas espécies na lista de espécies ameaçadas. Os recifes de coral, que levam milhões de anos para serem construídos, abrigam mais de 25% das espécies marinhas. Os corais produzem os recifes nas águas pouco profundas tropicais e subtropicais, e são extremamente sensíveis às mudanças registrados no seu meio-ambiente. Este estudo mostra ainda que as principais ameaças que afectam os corais são a mudança climática e os problemas locais como a pesca destrutiva, assim como a qualidade da água afectada pela poluição e pela degradação dos “habitats”. As mudanças climáticas levam ao branqueamento dos corais, um resultado da sua resposta ao stress e que lhe torna mais frágil frente às doenças. Os investigadores predizem, além disso, que a acidificação dos oceanos representa uma nova ameaça grave para os recifes de coral. O principal autor do artigo, publicado pela revista “Science Express”, Kent Carpenter, lembra que «quando os corais morrem, os outros animais e plantas que dependem dos recifes de coral para sua alimentação e sua protecção também desaparecem, o que pode causar a destruição de todo um ecossistema».