sábado, 26 de abril de 2008

DA FAJÃ DA OVELHA PARA O "PALCO DO MUNDO"

A Escola Professor Francisco M.S. Barreto da Fajã da Ovelha foi uma das distinguidas – a única da Região – no âmbito do concurso Rock in Rio Escola Solar, de entre 197 escolas candidatas de todo o país.
Tal como o Jornal anunciou na sua edição de 21 de Março, a Escola Professor Francisco M.S. Barreto da Fajã da Ovelha foi uma das distinguidas – a única da Região – no âmbito do concurso Rock in Rio Escola Solar, de entre 197 escolas candidatas de todo o país. Este concurso foi um desafio dirigido às escolas pela organização dos concertos Rock in Rio, em parceria com a SIC Esperança, o Ministério da Economia e Inovação e o Ministério da Educação, visando uma forte acção de sensibilização e mobilização ambiental e social nas escolas. A apresentação de um projecto que, genericamente, consiste na construção e instalação de aquecedores solares utilizando embalagens descartáveis valeu à escola da Raposeira um lugar entre as vinte premiadas. Para conhecer melhor o projecto desta escola, a Olhar viajou até à ponta oeste da ilha no intuito de chegar à fala com alguns dos intervenientes. Paula Sacramento, uma das dinamizadoras do projecto, foi a nossa primeira interlocutora. Na ocasião a docente começou por declarar a relativa surpresa pela distinção alcançada: «confesso que de certa forma fui apanhada de surpresa aquando da divulgação dos resultados. Tinha a convicção de que estávamos a desenvolver um projecto de qualidade e, como tal, sentia algum optimismo mas, atendendo à natureza do concurso, sabia que seria muito difícil ficarmos entre as vinte melhores escolas» admitiu. Instada a revelar o “segredo” do sucesso relativamente ao projecto apresentado, a docente de Geografia realçou a simplicidade do mesmo: «o nosso projecto baseia-se na construção de aquecedores solares através da reutilização de alguns resíduos como garrafas de plástico transparentes, embalagens tetra pack de leite e sumos, sacos plásticos e papel. É por isso um projecto simples e com baixos custos». Sem se deter: «tem simultaneamente uma vertente ambiental e social associada, porquanto os aquecedores irão beneficiar nove agregados familiares carenciados e um Centro Social do Concelho» adiantou, referindo-se ao Centro Social da Ponta do Pargo. Outro dos rostos visíveis do projecto foi Renato Azevedo, docente coordenador do programa Eco-Escolas da Francisco Barreto. O professor de Biologia corroborou a opinião da colega de que a virtude do projecto apresentado reside na sua simplicidade, reforçando ainda o factor eficácia dos aquecedores: «antes de avançarmos para a produção “em série” dos painéis construímos primeiramente um protótipo. Realizámos então uma bateria de testes com o objectivo de aferirmos a eficácia deste modelo e chegámos à conclusão de que poderíamos obter aumentos da temperatura da água na ordem dos 30º C» afiançou, para logo acrescentar: «em testes realizados em Novembro a temperatura da água da rede rondava os 18º C e nós conseguimos temperaturas médias de 45º C» frisou, não disfarçando uma certa ponta de orgulho.Questionados relativamente à receptividade da ideia junto da comunidade educativa, Paula Sacramento classificou de «muito positiva e fulcral» a adesão da comunidade: «na verdade, desde a fase inicial o projecto despertou, pela sua singularidade, especial curiosidade e interesse entre todos, possibilitando a mobilização não apenas de docentes e alunos, mas também dos respectivos agregados familiares, quer na recolha dos materiais quer no seu tratamento para a construção dos aquecedores» esclareceu.Renato Azevedo sublinhou ainda que o projecto apresentado não se esgota com a atribuição do prémio: «estamos já a trabalhar nisto desde Outubro do ano passado e o nosso compromisso com os agregados familiares e com todas as entidades que nos apoiam vai até final do próximo ano lectivo», asseverou. Quisemos também auscultar a opinião de um aluno, pelo que ouvimos Alberto Silva, um dos alunos que, segundo os docentes, mais tem colaborado nos trabalhos: «penso que merecemos ganhar porque este projecto dá muito trabalho» desabafou, logo prosseguindo: «o projecto é interessante mas no princípio foi difícil conseguir as embalagens necessárias, principalmente as garrafas e sacos de plástico pretos». Questionado sobre se espera ir a Lisboa receber o prémio, este aluno do 8.º A foi pronto na resposta: «acho que mereço ir! É uma oportunidade de conhecer coisas novas e pessoas diferentes». A terminar, demos “tempo de antena” para Alberto acrescentar o que quisesse às suas breves declarações: «sinto orgulho em pertencer a esta escola» rematou. Renato Azevedo, por sua vez, agradeceu ao Conselho Executivo da sua escola pela «enorme receptividade sempre evidenciadas para este tipo de iniciativas», deixando uma referência particular ao professor Johnny Santos – «a ideia original foi dele» revelou. Aproveitando a onda de agradecimentos, Paula Sacramento enalteceu de igual modo a Câmara Municipal da Calheta e a AREAM (Agência Regional da Energia e Ambiente da Região Autónoma da Madeira), entidades que, «pela disponibilidade e contributos manifestados foram parceiros fundamentais no desenvolvimento e concretização do nosso projecto» concluiu.A Escola Professor Francisco M.S. Barreto vai agora receber sistemas fotovoltaicos para produção de energia eléctrica com terminal informático acoplado, material escolar diverso, bem como cinquenta bilhetes para os concertos Rock in Rio que decorrerão em Lisboa, entre 30 de Maio a 6 de Junho. Agora, o tempo é de reunir apoios no intuito de assegurar a presença dos alunos em Lisboa, numa deslocação que pretende contemplar não apenas a presença no evento Rock in Rio, mas também a visita a diversos pontos de interesse cultural (Torre de Belém, Mosteiro dos Jerónimos, Pavilhão do Conhecimento, Castelo de São Jorge, entre outros). É que as viagens Funchal – Lisboa não constam dos prémios a atribuir pela organização do concurso que se “esqueceu” que da Madeira ao Continente dificilmente se consegue ir de autocarro ou comboio.

Paula Abreu in Jornal da Madeira

segunda-feira, 21 de abril de 2008

NOITE ROCK IN RIO NO ART CAFFE


A Escola da Fajã da Ovelha foi uma das vinte escolas vencedoras do concurso Rock in Rio - a única da Madeira - entre cerca de duzentas candidatas de todo o país. Ganharam 50 bilhetes para o Rock in Rio pelo projecto de "construção e instalação de aquecedores solares utilizando embalagens descartáveis". Faltam no entanto os bilhetes para as viagens. A escola está a tentar angariar alguns patrocínios no sentido de levar o maior número de alunos possível a este evento.
Nesse sentido têm agendada uma festa cuja receita das entradas irá reverter em favor do projecto. Se puderem vão à festa ou pelo menos divulgem-na. A festa é no dia 24 de Abril no Art Caffé.

domingo, 13 de abril de 2008

APOIAM A NOSSA ESCOLA NO ROCK IN RIO

ENTIDADES LOCAIS APOIAM PARTICIPAÇÃO NO ROCK IN RIO

Tal como vem sendo amplamente divulgado aqui neste espaço, a nossa escola foi uma das vencedoras – a única da Região – do concurso Rock in Rio Escola Solar, desafio dirigido às escolas de todo o país pela organização dos concertos Rock in Rio.
Entre os prémios com que fomos contemplados fazem parte 50 bilhetes para os concertos Rock in Rio. Porém, a nossa condição insular foi descurada pela organização deste concurso já que as viagens Funchal – Lisboa não constam do lote de prémios.
A nossa deslocação a Lisboa pretende contemplar não apenas a presença no evento Rock in Rio – em representação da Região – mas também a visita a diversos pontos de interesse cultural (Torre de Belém, Mosteiro dos Jerónimos, Pavilhão do Conhecimento, Castelo de São Jorge, etc.), naquilo que sabemos constituir para muitos destes alunos, oriundos de um meio socio-económico desfavorável, oportunidade única de conhecerem algum do vasto património cultural nacional.
Porque são várias as despesas a ter em consideração na concretização desta iniciativa, vimos encetando diligências junto de entidades públicas e privadas com a finalidade de angariarmos os necessários apoios destinados a amenizar os custos inerentes à sua realização. E, nesse particular, temos de destacar que a receptividade tem sido muito positiva, contando a nossa escola já com diversos apoios confirmados, designadamente:

Câmara Municipal da Calheta

Art Caffé

Direcção Regional de Educação

CR7

J. Nunes, Lda.

Padaria Panoeste

Somuros – Obras Públicas e Particulares, Lda.

RMK Tours- Travel Agent Madeira

Farmácia de Santo António

Pizzaria Jardim Restaurante

José Luís Gouveia de Sousa - Materiais de construção

Leonardo Gomes & Brazão, Lda.

Junta de Freguesia da Fajã da Ovelha

Farmácia da Nazaré

Hotel Estalagem do Mar

Moinho Mini Marcado e Snack-bar

Auto Ribeira da Camisa - Reparações Automóveis, Lda.

Farmácia Chafariz

Farmácia de Ponta Delgada

Bar Number Two É Prá Poncha

Natalie Agrela e Ornelas Pita, Lda.

Estação de Serviço Alfa - Centauro, Lda.

Ourivesaria Relojoaria Royal

Bar "Padaria do Calhau"


A todos, em nome dos alunos, os nossos sinceros agradecimentos.

sábado, 5 de abril de 2008

POR UM MUNDO MELHOR

CONSTRUÇÃO DE PAINÉIS SOLARES COM EMBALAGENS DESCARTÁVEIS DEU PRÉMIO A ESCOLA DA FAJÃ DA OVELHA


Garrafas transparentes, pacotes de leite, sacos pretos, tubos e muita dedicação. O projecto apresentado pela Escola Básica da Fajã de Ovelha no âmbito do concurso 'Rock in Rio Escola Solar' - um painel solar composto por materiais descartáveis - é simples e barato, mas ficou nos primeiros 20 vencedores entre as 197 escolas que, a nível nacional, se apresentaram a concurso. O segredo do sucesso passou pelo envolvimento de toda a comunidade escolar, num projecto vocacionado para uma área que abraçam há muito tempo e com a mesma convicção: o ambiente. Após várias ideias, e sempre com o intuito de encontrar um projecto que se enquadrasse à área da escola, a escolha abraçada foi a criação de um painel solar com materiais descartáveis. A ajuda de alunos e professores na recolha destes materiais foi fundamental. Um só painel leva cerca de 1250 garrafas, 1250 embalagens de leite e uns tantos sacos de plástico pretos, para além de um sistema de tubagem. "O nosso projecto consiste numa cópia dos modelos originais de painéis solares e nós pensámos porque não fazer a mesma coisa, utilizando embalagens descartáveis", explicou um dos mentores do projecto, Renato Azevedo, professor de Ciências Naturais nesta escola. Para além de este projecto sensibilizar a população para a necessidade de reutilizar, a vertente social assume particular destaque. Uma vez que a escola está inserida numa comunidade rural, os responsáveis pelo projecto fizeram um levantamento das famílias mais carenciadas da zona e a ideia passa por instalar os painéis solares em dez agregados para depois quantificar os benefícios financeiros dessas famílias e ambientais. Segundo Paula Sacramento, professora de Geografia, que também participou activamente nos trabalhos, antes de enviarem o projecto para o continente, foram feitos testes para verificar a viabilidade. De momento, só falta instalar alguns painéis nos agregados familiares escolhidos a dedo. "A água da rede anda à volta dos 18 graus e nos testes que fizemos conseguimos a água em 45 graus", frisou Renato Azevedo. No dia 31 de Dezembro de 2007, o projecto foi enviado para o continente, após muito trabalho de campo. Se para uns, o bom resultado alcançado foi uma surpresa, para o professor de Ciências Naturais foi uma confirmação das expectativas que entretanto depositara no trabalho que abraçou. "Eu estava à espera porque o nosso projecto tem várias virtudes e uma delas é ser simples e barato", frisou, referindo que o apoio de várias entidades regionais foi crucial para chegarem a este posto.O director da escola, Delfim Lourenço, explicou que vão ser instalados painéis fotovoltaicos na escola, a exemplo das outras 19 escolas. Os 400 painéis que serão implementados nestes estabelecimentos de ensino vão permitir arrecadar cerca de 50 mil euros anuais para apoiar projectos sociais portugueses ao longo de 15 anos. A responsabilidade é muita, mas Delfim Lourenço destaca o empenho da comunidade, sempre que se estabelece um objectivo comum. Neste trabalho, estiveram associados muitos rostos, para além dos de Renato Azevedo e de Paula Sacramento. Muitas foram as mãos que se dedicaram a cortar garrafas de plástico transparentes e a recortar pacotes de leite, para depois moldá-los, colocá-los dentro das garrafas e acrescentar um saco de plástico. Ana Nunes, aluno do 8º ano, foi uma das voluntárias. "Fiquei muito contente com o lugar alcançado pela escola porque somos uma escola nova e é bom saber que estamos a conseguir prémios", disse, garantindo que "o projecto foi bem pensado". O orgulho desdobra-se pela comunidade escolar. 'Por um mundo melhor' é o lema do Rock in Rio, mas também deste estabelecimento que já pensa em projectos futuros na área do ambiente. "pequenos contributos" para o ambientePara além dos painéis solares, criados a partir de materiais descartáveis, a Escola EB 1, 2, 3 Professor Francisco M. S. Barreto, na Fajã da Ovelha, desenvolve paralelamente outros projectos na área do ambiente. Nas traseiras da escola, Renato Azevedo, também responsável pelo 'Clube Eco', criou um espaço onde está a ser produzido um composto "excelente para as plantas". Nos dois espaços reservados para este efeito, deitam todos os dias papel e restos de comida. Com a 'ajuda' de uma espécie de minhocas cedidas pela Quinta Pedagógica dos Prazeres, é forma-se um adubo que depois é utilizado nos jardins da escola. O professor de Ciências Naturais congratula-se pelo facto de a capacidade dos tanques estar a ficar "muito pequena" e reforça o facto de, com estas iniciativas, a instituição ajudar na redução do lixo. "É um pequeno contributo", frisou. A Escola Básica da Fajã da Ovelha é já uma repetente no que diz respeito à conquista de prémios a nível nacional. No ano passado, esta instituição participou num concurso novamente com uma vertente ambiental e ficou em primeiro lugar na categoria de audiovisuais.