quinta-feira, 15 de abril de 2010

Clube Eco na imprensa


"Três escolas da Região integram o lote de cerca de sessenta estabelecimentos de ensino de todo o país que apresentaram trabalhos ao concurso "Esmiuçar Copenhaga", iniciativa promovida pela Agência Portuguesa de Ambiente que visava envolver a sociedade civil nas questões que se relacionam com as Alterações Climáticas e, em particular, com a Conferência de Copenhaga.

Escola da APEL, Escola Cónego João J.G. Andrade - Campanário e Escola Professor Francisco M.S. Barreto - Fajã da Ovelha são os representantes madeirenses naquele concurso de videoclips. Os projectos a concurso consistem, além da apresentação de um videoclip com a duração máxima de três minutos, de uma memória descritiva, apresentando o ponto de vista / análise, critica fundamentada dos seus autores acerca Cimeira de Copenhaga, recorrendo ao suporte audiovisual.

"COP15? STOP! Não espere…", "Alma Mater" e "Climatologia Júnior" são os títulos dos projectos apresentados respectivamente pelas escolas da APEL, Campanário e Fajã da Ovelha, estabelecimentos de ensino que integram assim o lote de candidatos aos prémios no valor de 3000, 2000 e 1000 euros em material fotográfico, vídeo ou bibliografia. Os trabalhos serão agora submetidos à avaliação do júri que, no final de Abril, nomeará aqueles que considerar serem os três melhores, com base em critérios como a qualidade e interesse, rigor da informação, espírito crítico, originalidade e criatividade, qualidade técnica e memória descritiva.

Entre as três candidatas madeirenses a escola da Fajã da Ovelha é aquela que apresenta maior histórico no que concerne à participação e distinção em iniciativas relacionadas com as questões ambientais, constituindo-se assim como uma das mais sérias candidatas a um lugar "no pódio"."

Fonte: Diário de Notícias, 1 de Abril de 2010.

Concurso de videoclips "Esmiuçar Copenhaga"

No âmbito do concurso de videoclips "Esmiuçar Copenhaga" a nossa escola concorreu através do filme "Climatologia Júnior" produzido pelos alunos do CEF, Jonas Ferreira e José Flávio.
Este vídeo contou com a colaboração do Prof. Ricardo Padrão na edição do mesmo e foi realizado no Hotel Jardim do Atlântico, um hotel com "Rótulo Ecológico", localizado na freguesia dos Prazeres, Calheta.

Ficamos à espera dos resultados do concurso!

Aos alunos que participaram, os nossos parabéns!

As tartarugas marinhas e o lixo no mar


No passado dia 9 de Março, o Clube Eco levou a cabo mais uma das suas actividades: Sensibilizar os nossos alunos para a conservação das tartarugas marinhas e alertar para as consequências da poluição aquática. Durante o horário do Clube, os alunos fizeram uma pesquisa na internet sobre o tema e preparam alguns trabalhos para expor no nosso eco-painel.

PORQUÊ AS TARTARUGAS MARINHAS?
Ocorrem cinco espécies de tartarugas marinhas em águas portuguesas. Mais raras em Portugal Continental, onde somente no Algarve se tem a hipótese de as ver regularmente, elas são abundantes nas nossas ilhas, nomeadamente na Madeira e nos Açores. No entanto, não existem registos de reprodução de tartarugas marinhas em Portugal nem em outros países europeus atlânticos. De onde vêm então estes animais?
As tartarugas-bobas nascem nas Caraíbas e costas dos Estado Unidos de onde se dirigem rapidamente para o alto mar, o chamado domínio pelágico, onde vivem associadas a algas flutuantes e outros objectos. A corrente prevalecente nessa área é a do Golfo que as leva em direcção aos Açores, não tendo de superar correntes contrárias. Da Corrente do Golfo seguem para a Corrente das Canárias. Passando pela Madeira, tocando talvez as águas das Canárias, são impelidas pela agora denominada Corrente Equatorial do Norte que as transporta passivamente para as águas maternas. Provavelmente fazem esta viagem mais do que uma vez, já que levam 15 a 30 anos a atingir a maturidade sexual. Findo esse período juvenil ficam na área onde nasceram, alimentando-se perto das costas americanas e reproduzindo-se cada dois a três anos. As tartarugas-bobas de todo o Atlântico Norte poderiam pois ser consideradas uma grande população, com uma área de crescimento conjunto que é o mar aberto, só interrompido pelas ilhas Atlânticas portuguesas e tangido pelas Bermudas e Canárias. As nossas ilhas são o infantário destes animais.
A tartaruga mais comum nas águas portuguesas é a tartaruga-boba ou -comum, Caretta caretta. No entanto é possível aparecerem outras espécies, o registo das quais se revistiria da maior importância.
As tartarugas marinhas são animais de sol, embora aquáticos. Gostam do mar calmo e liso sob as radiações fortes do astro-rei. Nestas condições, durante o fim da manhã e o princípio da tarde vêm à superfície para encher de ar os pulmões. Enchem-nos tanto que a carapaça fica completamente fora de água como um pedregulho na superfície espelhada, descansando adormecidas e esquecidas do tempo.
As tartarugas em geral e as marinhas em especial formam um grupo antigo. Apareceram milhões de anos antes dos primeiros seres humanos pisarem a terra. Hoje, a nível mundial existem oito espécies. Nas águas portuguesas ocorrem cinco. A tartaruga-boba, Caretta caretta, é de longe a mais comum. Seguem-se outras bem mais raras: a tartaruga-de-couro, Dermochelys coriacea, o gigante entre as tartarugas e a maior espécie existente, a tartaruga-de-Kemp, Lepidochelys kempii, que nidifica quase só numa praia do mundo e cuja população baixou para uns 300 casais apenas, sendo, por isso, a espécie de tartaruga marinha mais ameaçada de extinção no mundo; a tartaruga-verde, Chelonia mydas, a vegetariana entre as tartarugas, e finalmente a tartaruga-de-escamas, Eretmochelys imbricata, muito procurada pela sua carapaça e carne e com invulgares hábitos alimentares, dado que se alimenta de esponjas marinhas.

AS NOSSAS ILHAS SÃO O INFANTÁRIO DAS TARTARUGAS-BOBAS

É NECESSÁRIO PROTEGER
Todas as 8 espécies de tartarugas marinhas existentes no mundo encontram-se protegidas legalmente pelos convénios de Bona e Berna e do tratado da CITES. A captura destes animais é proibida, tal como a sua manutenção em cativeiro e a comercialização dos próprios animais ou parte deles.

Porquê pois esta protecção tão rígida?
As tartarugas marinhas foram e são utilizadas pelo homem como fonte alimentar, ornamentação e couro. É fácil capturar uma tartaruga quando esta vem à praia pôr os ovos. E mais de 100 ovos também alimentam uma família pobre durante muito tempo. No entanto, o resultado desta exploração é a extinção quase total das gerações seguintes.
No entanto, nas proximidades insulares são muitos os perigos para as tartarugas jovens. O tráfego marítimo e a pesca são mais intensos e a poluição marinha é omnipresente. As tartarugas emaranham-se nas redes de emalhar, caiem nos anzóis e nos palangres e são capturadas nas redes de cerco. Tartaruga que não venha à superfície, morre por afogamento como nós. O número destas capturas acidentais é desconhecido.

LIXO NO MAR
O lixo no mar é outro problema grave. São inúmeros os sacos e garrafas de plástico, restos de redes, fitas de empacotamento, balões, baldes e, mesmo, frigoríficos que encontramos a flutuar nas nossas águas. Pelo muito que se sabe, as tartarugas-bobas alimentam-se essencialmente de alforrecas e outros organismos gelatinosos, confundindo os sacos de plástico com os mesmos. Basta um saco de plástico ingerido para obstruir o estômago do animal e condená-lo a uma morte lenta e dolorosa. O enredamento acidental neste lixo é causa de morte certa. Outras causas de morte não natural são as dragagens e colisões com barcos. A tudo isto sobrepõem-se as causas naturais de morte como a predação por parte de tubarões e espadartes, além de doenças.
Uma estratégia para conservar estes animais será a educação ambiental, especialmente nas povoações costeiras, para que a quantidade de lixo no nosso mar possa ser evitado. Somos nós a origem da grande parte desse lixo, como o indicam as campanhas de limpeza das praias.

Texto adaptado (SBMO, UMa)