sábado, 7 de junho de 2008

LAURISSILVA “POUPADA” ÀS MUDANÇAS CLIMÁTICAS

Carlos Borrego, professor universitário que se deslocou à Região para participar numa conferência promovida pela Câmara Municipal de Câmara de Lobos, no âmbito da “Semana do Ambiente”, disse, ontem, que a floresta laurissilva da Madeira deverá ser poupada aos efeitos das alterações climáticas, pelo menos nos próximos 20 a 30 anos.Para o antigo ministro de José Manuel Durão Barroso, «neste momento, todos nós temos consciência de que as alterações climáticas estão em curso e que a componente que resulta das actividades humanas é importante neste processo, ou seja, não há apenas alterações climáticas devido a fenómenos naturais, mas nós estamos a influenciar essa mudança».Em seu entender, «estas mudanças têm algumas consequências, como o aumento da temperatura, ou o aumento do nível do mar e, por isso, faz sentido que destinos turísticos como a Madeira, que têm como principal actividade o turismo, sejam vistos numa perspectiva especial porque também vão ser afectados por estas alterações, como o aumento das temperaturas».Neste momento, tal como afirmou, é importante a mitigação e adaptação, ou seja, esclareceu Carlos Borrego, «mitigação significa que nós temos que evitar emitar os gases que contribuem para as alterações climáticas e, adaptação, porque temos, de facto, que nos adaptarmos às novidades que vêm com as alterações climáticas. E, no caso dos destinos turísticos, têm de começar a adaptar-se e a encontrar eventuais novidades que se prevêem e que ocorrerão ao nível das temperaturas». Trava a erosão dos solosReflorestação é importantePara Carlos Borrego, o processo de reflorestação em curso em várias áreas da Região é de extrema importância no combate às alterações climáticas.Na opinião deste especialista, «tudo aquilo que fizermos em termos de ampliar a área florestal é um dos processo de mitigação que nós precisamos. As florestas absorvem o gás mais importante do efeito estufa, que é o dióxido de carbono, e tudo o que estivermos a florestar estamos a melhorar o ambiente porque estamos a retirar o dióxido de carbono». A reflorestação, em seu entender, e só por si, não vai impedir as alterações climáticas, contudo, irá permitir que mesmo que haja um aumento de pluviosidade previsível, seja também uma forma de travar a erosão dos solos, que é outras das consequências, porque as árvores retêm melhor o solo e todo esse processo é importante e faz todo o sentido que se mantenha», concluiu Carlos Borrego.

Marsílio Aguiar in Jornal da Madeira

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