sábado, 5 de abril de 2008

POR UM MUNDO MELHOR

CONSTRUÇÃO DE PAINÉIS SOLARES COM EMBALAGENS DESCARTÁVEIS DEU PRÉMIO A ESCOLA DA FAJÃ DA OVELHA


Garrafas transparentes, pacotes de leite, sacos pretos, tubos e muita dedicação. O projecto apresentado pela Escola Básica da Fajã de Ovelha no âmbito do concurso 'Rock in Rio Escola Solar' - um painel solar composto por materiais descartáveis - é simples e barato, mas ficou nos primeiros 20 vencedores entre as 197 escolas que, a nível nacional, se apresentaram a concurso. O segredo do sucesso passou pelo envolvimento de toda a comunidade escolar, num projecto vocacionado para uma área que abraçam há muito tempo e com a mesma convicção: o ambiente. Após várias ideias, e sempre com o intuito de encontrar um projecto que se enquadrasse à área da escola, a escolha abraçada foi a criação de um painel solar com materiais descartáveis. A ajuda de alunos e professores na recolha destes materiais foi fundamental. Um só painel leva cerca de 1250 garrafas, 1250 embalagens de leite e uns tantos sacos de plástico pretos, para além de um sistema de tubagem. "O nosso projecto consiste numa cópia dos modelos originais de painéis solares e nós pensámos porque não fazer a mesma coisa, utilizando embalagens descartáveis", explicou um dos mentores do projecto, Renato Azevedo, professor de Ciências Naturais nesta escola. Para além de este projecto sensibilizar a população para a necessidade de reutilizar, a vertente social assume particular destaque. Uma vez que a escola está inserida numa comunidade rural, os responsáveis pelo projecto fizeram um levantamento das famílias mais carenciadas da zona e a ideia passa por instalar os painéis solares em dez agregados para depois quantificar os benefícios financeiros dessas famílias e ambientais. Segundo Paula Sacramento, professora de Geografia, que também participou activamente nos trabalhos, antes de enviarem o projecto para o continente, foram feitos testes para verificar a viabilidade. De momento, só falta instalar alguns painéis nos agregados familiares escolhidos a dedo. "A água da rede anda à volta dos 18 graus e nos testes que fizemos conseguimos a água em 45 graus", frisou Renato Azevedo. No dia 31 de Dezembro de 2007, o projecto foi enviado para o continente, após muito trabalho de campo. Se para uns, o bom resultado alcançado foi uma surpresa, para o professor de Ciências Naturais foi uma confirmação das expectativas que entretanto depositara no trabalho que abraçou. "Eu estava à espera porque o nosso projecto tem várias virtudes e uma delas é ser simples e barato", frisou, referindo que o apoio de várias entidades regionais foi crucial para chegarem a este posto.O director da escola, Delfim Lourenço, explicou que vão ser instalados painéis fotovoltaicos na escola, a exemplo das outras 19 escolas. Os 400 painéis que serão implementados nestes estabelecimentos de ensino vão permitir arrecadar cerca de 50 mil euros anuais para apoiar projectos sociais portugueses ao longo de 15 anos. A responsabilidade é muita, mas Delfim Lourenço destaca o empenho da comunidade, sempre que se estabelece um objectivo comum. Neste trabalho, estiveram associados muitos rostos, para além dos de Renato Azevedo e de Paula Sacramento. Muitas foram as mãos que se dedicaram a cortar garrafas de plástico transparentes e a recortar pacotes de leite, para depois moldá-los, colocá-los dentro das garrafas e acrescentar um saco de plástico. Ana Nunes, aluno do 8º ano, foi uma das voluntárias. "Fiquei muito contente com o lugar alcançado pela escola porque somos uma escola nova e é bom saber que estamos a conseguir prémios", disse, garantindo que "o projecto foi bem pensado". O orgulho desdobra-se pela comunidade escolar. 'Por um mundo melhor' é o lema do Rock in Rio, mas também deste estabelecimento que já pensa em projectos futuros na área do ambiente. "pequenos contributos" para o ambientePara além dos painéis solares, criados a partir de materiais descartáveis, a Escola EB 1, 2, 3 Professor Francisco M. S. Barreto, na Fajã da Ovelha, desenvolve paralelamente outros projectos na área do ambiente. Nas traseiras da escola, Renato Azevedo, também responsável pelo 'Clube Eco', criou um espaço onde está a ser produzido um composto "excelente para as plantas". Nos dois espaços reservados para este efeito, deitam todos os dias papel e restos de comida. Com a 'ajuda' de uma espécie de minhocas cedidas pela Quinta Pedagógica dos Prazeres, é forma-se um adubo que depois é utilizado nos jardins da escola. O professor de Ciências Naturais congratula-se pelo facto de a capacidade dos tanques estar a ficar "muito pequena" e reforça o facto de, com estas iniciativas, a instituição ajudar na redução do lixo. "É um pequeno contributo", frisou. A Escola Básica da Fajã da Ovelha é já uma repetente no que diz respeito à conquista de prémios a nível nacional. No ano passado, esta instituição participou num concurso novamente com uma vertente ambiental e ficou em primeiro lugar na categoria de audiovisuais.



1 comentário:

http://saia-justa-georgia.blogspot.com/ disse...

Eu também tenho um composto natural em nosso jardim. É fácil, barato, e sempre tenho terra preta e nutritiva.

Bela iniciativa a de vocês.

Boa semana