Comemoram-se hoje os duzentos anos do nascimento do "pai" da teoria da evolução, o conhecido naturalista britânico Charles Darwin. Um pouco por todo o lado, mas principalmente em Inglaterra, a sua terra natal, a data vem sendo assinalada com grande pompa já que o autor de A Origem das Espécies foi sem sombra de dúvida um dos "pesos pesados" do mundo das ciências naturais, estatuto alcançado muito em parte devido aos estudos científicos publicados em A Origem das Espécies. Porém, aspectos "obscuros" ainda hoje ensombram a origem da teoria da evolução, não tanto pelos princípios subjacentes àquela, cuja aceitação é hoje praticamente universal, mas, fundamentalmente, por algumas "pontas soltas" deixadas pelo seu autor.
Para os menos familiarizados com a vida e obra do nosso "aniversariante" é importante adiantar que tudo começou quando o então jovem Charles Darwin embarcou na famosa viagem do HMS Beagle, em 1831, como amigo do capitão Fitzroy – apesar do naturalista oficial da expedição ser na realidade Robert McCormick. As observações e recolhas realizadas por Darwin ao longo da costa sul-americana mas, fundamentalmente, as célebres observações feitas nas Ilhas Galápagos, já em 1833, entraram para a história como o momento de inspiração de Darwin para a percepção da teoria evolutiva.
Para os menos familiarizados com a vida e obra do nosso "aniversariante" é importante adiantar que tudo começou quando o então jovem Charles Darwin embarcou na famosa viagem do HMS Beagle, em 1831, como amigo do capitão Fitzroy – apesar do naturalista oficial da expedição ser na realidade Robert McCormick. As observações e recolhas realizadas por Darwin ao longo da costa sul-americana mas, fundamentalmente, as célebres observações feitas nas Ilhas Galápagos, já em 1833, entraram para a história como o momento de inspiração de Darwin para a percepção da teoria evolutiva.
Quatro anos mais tarde a circum-navegação do Beagle terminava e, como seria de esperar, a comunidade científica ansiava pelas revelações que, sabe-se hoje, mudariam definitivamente o curso da Ciência. No entanto as coisas não se processaram bem dessa forma. Na realidade Darwin apenas descreveu as suas teorias em 1859 – mais de vinte anos depois! - numa obra publicada de forma apressada e algo atabalhoada (e mais tarde reescrita) sob o título de Da Origem das Espécies por Meio da Selecção Natural. E foi o comportamento no mínimo intrigante de Darwin que esteve na origem das primeiras dúvidas: qual a pressa para publicar tão importante teoria, quase como um rascunho, depois de mais de vinte anos de quase absoluto sigilo? Será que Darwin temia alguma coisa? A resposta para estas e ouras questões parece estar na correspondência pessoal mantida entre Charles Darwin e Alfred Russell Wallace, brilhante naturalista de "segunda linha" que, na época, não passava de um profissional pobre que tinha que trabalhar para sobreviver – muito ao contrário de Darwin, descendente de famílias aristocratas. Wallace passou onze anos na Amazónia, mais precisamente no Rio Negro e, ao que parece, foi quem "deu a dica" a Darwin através de cartas (que constam em suas inúmeras biografias), antecipando as conclusões sobre os próprios achados de Charles. Ao morrer, em 1882, Darwin deixou um legado de aceitação relativa da "sua" teoria. Muito depois, já em 2003, a conclusão do sequenciamento do genoma humano pôs em evidência a enorme semelhança entre a nossa carga genética e a dos chimpanzés, reforçando o pensamento Darwiniano de que temos um ascendente em comum. Se dúvidas subsistissem, confirmava-se assim que Darwin estava certo. Ou seria Wallace?
Como se não bastassem as suspeitas, estudos recentes levados a cabo por um grupo de
cientistas britânicos confirmam a acusação a Darwin de plágio em A Origem das Espécies. Os cientistas trabalharam com um grupo de analistas de computação, especialistas em programas anti-plágio, para investigar em detalhe A Origem das Espécies, principal motor da moderna teoria da evolução. Resultado: os investigadores concluíram que algumas das ideias mais importantes de A Origem das Espécies foram copiadas de outro naturalista britânico, com quem Darwin trocava frequentemente correspondência, precisamente... Alfred Russell Wallace!
A este propósito aconselhamos vivamente a leitura do romance de John Darnton O Pecado de Darwin, obra galardoada com o Prémio Pulitzer que, não obstante tratar-se de uma obra de ficção (baseada em documentos históricos), combina de forma harmoniosa as vertentes histórica e ficção. Vale bem a pena a leitura.