Decorreu hoje na nossa escola mais uma acção subordinada à temática das energias renováveis. Depois de uma primeira abordagem ao tema, no mês passado, através de uma palestra ministrada por técnicos da AREAM (Agência Regional de Energia e Ambiente da RAM), o tema das energias alternativas foi novamente trazido a discussão, desta feita com enfoque na biomassa, uma fonte energética ainda pouco difundida na Região.
Os Engenheiros Miguel Domingues e Duarte Barreto, da Direcção de Serviços de Informação e Planeamento Florestal da Direcção Regional de Florestas, foram os prelectores convidados para esta acção. Os alunos que constituíram a plateia, maioritariamente de 8.º e 9.º anos, ficaram a saber, "em primeira-mão", que a exploração desta fonte energética promete ser uma realidade também na Região, prevista que está a construção, a curto/médio prazo, de uma central de biomassa para rentabilização energética de restos florestais, desperdícios da actividade agrícola, limpeza de plantas infestantes, entre outros.
Estando a Francisco Barreto inserida num meio eminentemente rural, onde uma fatia significativa da população tem como actividade principal a agricultura, naturalmente acolhemos com satisfação a "boa-nova" já esta área do concelho é alvo de queimadas frequentes que, não raras vezes, por não serem devidamente controladas, evoluem para fogos florestais. Esta solução preconizada vem assim pôr cobro ao desperdício destes preciosos recursos vegetais, possibilitando aos proprietários de terrenos agrícolas ou florestais retirarem alguns dividendos financeiros (também) da venda desta biomassa.
3 comentários:
Os produtos resultantes da limpeza da floresta infelizmente, ainda não são aproveitados para a agricultura ou jardins como acontece em outros paises. O Brasil por exemplo as "câmaras municipais" possuem trituradores de galhos para reduzirem o volume de material da limpeza das arvores do jardins publicos e não só. e depois aplicam a matéria organica nos seus jardins.
Aqui na Madeira, até há bem pouco tempo, quem quisesse entregar ramagens na Meia Serra, além de custear o respectivo transporte, tinha de... pagar para o fazer!
Felizmente que a breve prazo teremos uma central de biomassa - ficará sedeada na Ribeira Brava - que receberá estes resíduos e ainda pagará determinado valor pela sua recolha!
A utilização da biomassa para produção da energia ainda não é suficientemente competitiva (pelo menos aqui na Região), quando comparada com a eólica, a hídrica ou a solar; mas julgo que o investimento justifica-se, dadas as repercussões que esta iniciativa terá na educação e sensibilização dos proprietários de terrenos e no ordenamento florestal.
Bem hajam! iniciativas como as que esta escola tem vindo a desenvolver. Fazem falta verdadeiras atitudes e não aquelas de "fazer de conta" que apenas causam ruído e distraem os nossos alunos das coisas bem mas importantes. As escolas são um dos principais vectores de mudança de mentalidades e comportamentos mas não podem fazer tudo sozinhas. Infelizmente, parece-me que estão isoladas na sua luta eterna contra a massificação neuronal que se está a verificar entre os nossos jovens. Relativamente à temática da conferência em causa - eneregias alternativas - a biomassa é, de facto, uma das energias menos conhecida e também uma das menos apoiada. Desejaria ver um maior esforço de todos e um maior investimento por parte dos governos nas formas de energia renováveis. O nosso impulso mais primário e instintivo é, perante a eminência de uma catástrofe, a de relevar a sua importância. No entanto, a situação do nosso planeta é, indiscutivelmente, preocupante. Não façamos de conta que tudo está bem porque não está. Façamos algo: um pequenino gesto, uma palavra sentida, cada dia, todos os dias. Todos e sempre podemos fazer a diferença. A diferença entre um planeta vivo ou uma Terra extinta!
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